AMSTERDAM AMSTERDAM

29.4.14
Conseguir chegar a Amesterdão através das memórias e chegar lá em 2003. Esse é o exercício.
Portugal andava pelo mundo (pela parte europeia do mundo) a promover o EURO 2004. Não, não foi assim. Assim se chegou um dia a Londres. A Amesterdão não. Amesterdão foi no ano seguinte, já depois do EURO, mais ainda dentro de 2004, para um estágio do FC Porto, na vizinha e pequena vila de Zeist, onde mora a federação holandesa de futebol, e onde um italiano de meia idade apareceu, com uma meia elástica na perna direita, a mandar na equipa campeã da Europa.
Pois que foram duas semanas entre Zeist e Amesterdão, e os sessenta quilómetros que as separam. Nos intervalos dos treinos, entre muitas outras coisas, havia noites. Noites vazias que fomos enchendo com descobertas. Descobrimos numa dessas horas vagas o Paradiso. O Club Paradiso, uma antiga igreja transformada em casa do rock and roll. Por dentro, o Paradiso é assim:




Por fora, o Paradiso mantém a mesma cara de igreja. Sisuda,conservadora.
Passaram dez anos. Não me lembro de tudo. Mas não me esqueço da pergunta de um polícia numa aurora distante. Queria saber o que fazia eu em cima do tejadilho de um Ford bordeaux. Pediu-me para descer. Desci. Aterrei como pude, assim que deixei as nuvens da última noite em Amesterdão. No aeroporto tínhamos à nossa espera a melhor viagem da história da aviação, num voo da TAP que mais parecia ter acabado de levantar do Paradiso. A igreja ficou no sítio. Espero que ainda lá esteja.



Uma última nota.
Amesterdão entrou-me na ideia por causa do James Vincent McMorrow, que no ano passado foi tocar à minha casa holandesa músicas de partir o coração com a voz. Este Higher Love explica como é.
 


2 comentários:

  1. Não conheço os livros e só há bem pouco tempo cheguei aqui. Levo a música que tanto gosto e a escrita que me convenceu.

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    1. Muito obrigado Patrícia, pelas palavras generosas. Bem-vinda.

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