Terça-feira, 11 de Outubro de 2011
A Yamaha Mate, motorizada japonesa de 1978, com 50cc, vai passar aqui muitas vezes, tem um quadro que pode ser azul, cinzento ou verde (meu favorito), e tem um avental branco sujo, e apesar de estar a dar a informação de que ela há-de passar por aqui muitas vezes, hoje e nos próximos dois dias, não saio da daqui sem contar a vez em que a primeira, com o quadro azul, trazia sentado no banco de trás o Pauleta, com a camisola de Portugal do mundial de futebol da Alemanha em 2006, com o número nove nas costas. O Pauleta saltou para o interior de uma barbearia no instante em que a moto com quadro azul parou entre as tendas de comida e os toldos verdes da praça Jemaa El-Fnaa.
Nesta noite de terça-feira, entre o vapor dos preparados para comer, o cheiro da carne de porco, do açafrão, do caril, (e na penumbra do lugar) dois polícias conseguiram ter olhos e nariz para enxotar um engraxador de sapatos. O engraxador teve nariz e olhos para pressentir os polícias no mesmo ambiente e fugiu com a caixa e escova na mesma mão, vestia uma camisola preta com riscas finas amarelas nas mangas, tinha o emblema da real federação espanhola de futebol na clavícula direita, tinha o número um na barriga e o nome Casillas no peito. Ia com a camisola ao contrário e fugia com os olhos na nuca.
Nesta noite de terça-feira passou sem dizer nada o David Villa, com a camisola nova, a preta, do Barcelona, com o número sete. Passou despercebido, sem gel no cabelo e pareceu-me mais baixo. Cruzou-se com uma camisola principal do Barcelona 2010-11, número oito, passou por Iniesta que não estava a ficar careca e que era moreno. Cruzaram-se como se não soubesse um quem era o outro. Sentado na escuridão do chão, com a camisola azul e branca da argentina, o Gabriel Heinze vendia souvenirs e guardanapos.
Nesta noite de terça-feira, entre o vapor dos preparados para comer, o cheiro da carne de porco, do açafrão, do caril, (e na penumbra do lugar) dois polícias conseguiram ter olhos e nariz para enxotar um engraxador de sapatos. O engraxador teve nariz e olhos para pressentir os polícias no mesmo ambiente e fugiu com a caixa e escova na mesma mão, vestia uma camisola preta com riscas finas amarelas nas mangas, tinha o emblema da real federação espanhola de futebol na clavícula direita, tinha o número um na barriga e o nome Casillas no peito. Ia com a camisola ao contrário e fugia com os olhos na nuca.
Nesta noite de terça-feira passou sem dizer nada o David Villa, com a camisola nova, a preta, do Barcelona, com o número sete. Passou despercebido, sem gel no cabelo e pareceu-me mais baixo. Cruzou-se com uma camisola principal do Barcelona 2010-11, número oito, passou por Iniesta que não estava a ficar careca e que era moreno. Cruzaram-se como se não soubesse um quem era o outro. Sentado na escuridão do chão, com a camisola azul e branca da argentina, o Gabriel Heinze vendia souvenirs e guardanapos.
Quarta-feira, 12 de Outubro de 2011
Não conseguiu passar despercebido entre dois raios de sol num souk, esta manhã: um Didier Drogba branco, camisola do Chelsea, azul, número onze, de braço dado com a mãe, uma senhora vestida com panos rosa, um lenço na cabeça e um chapéu branco em cima do lenço, que era rosa.
Não conseguiu passar despercebido, sentado ao guiador de uma MBK Variateur Swing, a pedais, o Bastian Scheweinsteiger, na camisola vermelha do Bayern de Munique. Nem ele olhou para o Cristiano Ronaldo, com o número nove e a camisola preta do primeiro em Madrid, encostado à porta de loja, a vender sapatos em pele e marcadores para livros, nem o Cristiano Ronaldo olhou para ele.
Nesta quarta-feira, mas à noite: o Alexis Sanchez passeava a pé com um amigo, tinha o número nove na camisola preta do Barcelona. O semáforo estava vermelho, o Frank Lampard não o respeitou e seguiu em frente, a espreitar o cruzamento, os carros, as motos, o perigo, mas seguiu em frente. Empurrava um carro de mão cheio de caixas de cartão amassadas. Tinha o número oito nas costas da camisola azul do Chelsea.
Nesta quarta-feira, mas à noite, o Javier Pastore, camisola branca do PSG, numa Yamanha Mate de quadro verde ( o meu preferido) parece que já não conhece ninguém. Passa pela multidão com o olhar fixo muito longe no horizonte.
Nesta quarta-feira, mas à noite: o David Villa agora tem 1,90m, está a beber um café, veste a camisola do Barcelona 2011-12. Assomam de um beco onde existe o Café Aràb o Ozil de camisola preta, cabelo curto, e número dez e o Cristiano Ronaldo de peito para fora e cabelo à Cristiano Ronaldo com uma camisola branca com um sete dourado.
Não conseguiu passar despercebido, sentado ao guiador de uma MBK Variateur Swing, a pedais, o Bastian Scheweinsteiger, na camisola vermelha do Bayern de Munique. Nem ele olhou para o Cristiano Ronaldo, com o número nove e a camisola preta do primeiro em Madrid, encostado à porta de loja, a vender sapatos em pele e marcadores para livros, nem o Cristiano Ronaldo olhou para ele.
Nesta quarta-feira, mas à noite: o Alexis Sanchez passeava a pé com um amigo, tinha o número nove na camisola preta do Barcelona. O semáforo estava vermelho, o Frank Lampard não o respeitou e seguiu em frente, a espreitar o cruzamento, os carros, as motos, o perigo, mas seguiu em frente. Empurrava um carro de mão cheio de caixas de cartão amassadas. Tinha o número oito nas costas da camisola azul do Chelsea.
Nesta quarta-feira, mas à noite, o Javier Pastore, camisola branca do PSG, numa Yamanha Mate de quadro verde ( o meu preferido) parece que já não conhece ninguém. Passa pela multidão com o olhar fixo muito longe no horizonte.
Nesta quarta-feira, mas à noite: o David Villa agora tem 1,90m, está a beber um café, veste a camisola do Barcelona 2011-12. Assomam de um beco onde existe o Café Aràb o Ozil de camisola preta, cabelo curto, e número dez e o Cristiano Ronaldo de peito para fora e cabelo à Cristiano Ronaldo com uma camisola branca com um sete dourado.
Quinta-feira, 13 de Outubro de 2011
No aperto de um souk mais apertado, sem luz directa, vem de frente um burro branco, o burro puxa um atrelado, o atrelado e o burro são guiados pelo Samuel Eto´o, que vem em pé em cima do atrelado, a guiar o burro com duas cordas, vestido com a camisola nove do Barcelona. O Eto´o.
Chega-se para cá o Totti, camisola dez gialorrossa, numa MBK Swing Variateur; anda por aqui um Benzema preto, que está a fumar e que tem a camisola nove, branca, do Real Madrid.
É meio-dia, o sol queima a cabeça, o Xavi atravessa a rua com balde de água na mão. Veste a camisola 6 do Barça 2010-11. Está mesmo muito calor.
Está sentado num mocho, num banco de madeira, o Fernando Torres, moreno, com bigode, com pêra, com cabelo preto, com dedos feios e chinelo no pé. Camisola nove, branca, do Liverpool.
Outro Ozil com o cabelo curto, mas com camisola branca e dez dourado nas costas. Um Buffon de manga curta, manga rosa e número um. O dezoito é outra vez o Heinze, da Argentina, está a percorrer a praça ao lado de um amigo com um chapéu vermelho. E um Simone Pepe, vinte e três da Juventus, raquítico, de 1,90m, avistado a partir daqui, do Restaurante Panoramique.
No aeroporto, um homem anónimo com a camisola do Arsenal sem nada nas costas. Acaba de chegar a Marrakech. É marroquino. Acredito que vá escolher o número vinte e nove e que vá mandar escrever o nome Chamakh.
Isto aconteceu mesmo assim. E vim embora.
Chega-se para cá o Totti, camisola dez gialorrossa, numa MBK Swing Variateur; anda por aqui um Benzema preto, que está a fumar e que tem a camisola nove, branca, do Real Madrid.
É meio-dia, o sol queima a cabeça, o Xavi atravessa a rua com balde de água na mão. Veste a camisola 6 do Barça 2010-11. Está mesmo muito calor.
Está sentado num mocho, num banco de madeira, o Fernando Torres, moreno, com bigode, com pêra, com cabelo preto, com dedos feios e chinelo no pé. Camisola nove, branca, do Liverpool.
Outro Ozil com o cabelo curto, mas com camisola branca e dez dourado nas costas. Um Buffon de manga curta, manga rosa e número um. O dezoito é outra vez o Heinze, da Argentina, está a percorrer a praça ao lado de um amigo com um chapéu vermelho. E um Simone Pepe, vinte e três da Juventus, raquítico, de 1,90m, avistado a partir daqui, do Restaurante Panoramique.
No aeroporto, um homem anónimo com a camisola do Arsenal sem nada nas costas. Acaba de chegar a Marrakech. É marroquino. Acredito que vá escolher o número vinte e nove e que vá mandar escrever o nome Chamakh.
Isto aconteceu mesmo assim. E vim embora.
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