O Diário d´O Pintassilgo #8

7.4.15
Gostaria de ter entrado mais cedo no Pinhão, de onde é natural, e residente, a senhora Aurora Santas Noites. Aurora faz parte dela desde que se conhece. Santas Noites veio com o matrimónio, o que faz todo o sentido, e ainda bem que assim é, fruto do apelido entusiasmante do marido.

Aurora Santas Noites tem um filha muito bonita, diz, cujo rosto está na Quinta Avenida, em Nova Iorque, é modelo fotográfica a rapariga. E tem um filho, o melhor piloto de carros do mundo, diz, e diz que o impediu de jogar à baliza no FC Porto porque tem medo de aviões, ele podia cair, e ela não ia aguentar. Assim o filho ficou-se pela trave e pelos postes do Alijó e arredores, voou rasteiro.
Encontrei Aurora à dez da manhã, ao fim da ponte.

Depois de Aurora, a jornada serpenteou quintas e vinhos, fez tangentes, não foi lá. Quedou-se pela beira do rio e na beira do rio encontrou o país mais barato, mais antigo, mais combustível, com cinquenta litros de gasóleo pela melódica quantia de três euros e quarenta cêntimos.


Durante o dia inteiro o Douro não parou de bater à porta. O Pintassilgo ficou em casa, coitado, tão longe tão longe desta vista.


Para fechar o relato, duas réguas sobre o rio, entre as margens.


Falta só dar de comer aos ouvidos. Bom proveito ;)

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