A persistência do leitor

2.1.21

Isto não interessa a ninguém.

É sábado, passam quarenta minutos exactos das oito da tarde, está a chegar aquilo a que em televisão, num dia de trabalho, e em horário nocturno, costumamos designar por pausa para jantar. Talvez tenha acabado de meter  o pé na argola na regência do verbo designar, talvez fosse melhor fazer esta ressalva entre parêntesis, provavelmente faria melhor figura com um dicionário à mão, talvez esteja a abusar da vírgulas e a desviar-me do tema que me trouxe aqui: ainda bem que há imprensa e pessoas que a fazem e cultura. É a Fran Lebowitz e o Scorcese, o Anthony Bourdain, a Jeannette Winterson, o Eric Vuillard, o Moses Sumney, a corrupção financeira e intelectual, o compadrio, o filhismo, o fascismo ao virar da esquina, os pensadores, o estouro da cultura, e claro, a política estúpido, todos numa sanduíche de papel em cima de uma caótica mesa de trabalho, uma montanha de jornais e revistas que ainda se escrevem e ainda são comprados, para levar, ou “take-away” como se diz agora em português, para a mesa de jantar e fazer uma das cinco melhores coisas do mundo: ler.


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